2.11.15

Nada.

     As pessoas me perguntam o que eu tenho e sempre sou sincera ao responder “nada.”
     Eu não tenho nada.
     Não tenho coisas para o que me orgulhar, para dizer “tá vendo isso aqui, fui eu quem conseguiu.” Sem amigos. Sem família. Sem profissão. Sem amor.
     Eu não tenho nada!
     Tudo o que eu poderia ter eu deixei passar. Fui imatura e só tive “falsos ajudadores” que diziam me ajudar a passar por isso, mas que, além de não ajudar, me abandonaram.
     As únicas coisas que acumulo aqui são dores, tristezas, decepções.
     Sequer vida eu tenho. Somente tenho existência, uma mera existência pacata, medíocre, amarga.
     Eu olho para o tempo onde pelo menos o amor eu tinha, e preferia nunca ter tido. Preferia nunca ter tido o que eu perdi. Preferia nunca ter tido nada, assim eu não conheceria a dor de se sentir vazia.
     Vazia por um dia ter tanto e no outro não ter nada.
     Em um dia eu possuía tudo. No outro, eu já não tinha nada. E eu não tenho nada.
     Mas eu sinto, e sinto muito.
     E então eu vejo quão forte nossos sentimentos podem se tornar. O meu “muito” é tão forte que eu queria que fosse “nada”. Preferia não sentir nada.

     Mas eu sinto muito.

29.9.15

Quando é a hora de desistir?

     Eu nunca desisti de nada. Pelo menos de nada importante.
     Sempre insisti com todas as minhas forças para conquistar algo. Sempre, sempre, sempre, e logo na hora que estava me entregando ao cansaço, quase jogando a toalha, eu conseguia, na hora que menos esperava.
     Mas ultimamente eu vejo que tenho gasto forças em opções erradas, e hoje eu estou exausta. Estou sem forças até mesmo para averiguar minha situação e saber se eu devo procurar mais forças ou desistir.
     Mas por que eu penso em desistir? Eu não deveria continuar insistindo no que quero até o último minuto? Será que este último minuto está chegando ou já chegou? Quais motivos mais eu tenho pra continuar insistindo em algo que foi esclarecido como além de impossível, mas inconcebível, sem retorno, mais irreversível que a morte? Impossíveis se tornam realidade quando nós lutamos para que eles deixem de ser impossíveis, mas já deixou de ser impossível, há tempos.
     Honestamente, estou exausta. Estou a ponto de desistir de tudo, literalmen-te tudo, de meus sonhos, de meus desejos, de minhas vontades, de meus pra-zeres, de tudo! Inclusive, de mim.
     Quanto drama pode caber aqui? Nenhum. Isso não é drama. Não é frescura. Se for, são drama e frescura que matam, corroem dentro de você, faz seu co-ração ser engolido por alguma coisa que toma conta do seu peito, corrompe sua mente e tudo mais que há em você. Te fazem perder a vontade de tudo. Te fazem perder família, amigos, o amor, o tempo, o brilho.
     Quando você cai? Você se levanta. Mas cair com o corpo cheio de machu-cados, todo surrado, saraivado de tiros, você se levanta? Você consegue se erguer só? Nessas situações são poucos os que sobrevivem com ajuda, e mui-to menos os que sobrevivem sozinhos. E há quem não quer sobreviver.
     Eu não quero sobreviver a isso. Não quero ser a pessoa que vai dizer que foi metralhada e venceu, pois eu não tenho mais nada que me leve a vencer. De que adiantaria qualquer vitória minha? Seria um troféu a ser colocado num lugar qualquer, mal cuidado, sem ninguém pra ver. Não faria sentido algum. Nada mais faz. Quando algo não faz mais sentido, o que você faz? Você des-carta, joga fora. Se tudo perdeu o sentido... Inclusive a vida perdeu o sentido.
     Quando algo perde o sentido, você desiste.

9.9.15

Sem tempo, estou conectado.

     Ultimamente eu tenho sentido uma desumanização das pessoas. Calma, vou explicar! Pelo menos pra mim está parecendo que as pessoas estão esquecendo de ser pessoas.
     Eu tenho visto muita gente que sabe se portar on-line mas não sabe nem como agir off-line. Esqueceram de viver? Como por exemplo, via mensagens instantâneas a pessoa consegue abordar mil assuntos, porém pessoalmente não conseguiria nem passar do "Oi, tudo bem com você?"
     Parece que há algo nos consumindo, tirando nossa capacidade de agir em sociedade. Como se sentiria se fosse visitar alguém e, sentado ao lado desta pessoa, somente ficaria vendo-a no celular por horas? Aconteceu comigo e eu me senti P-É-S-S-I-M-A! Estava tentando de todo modo chamar a atenção de pessoa, e só conseguia quando não havia ninguém mandando mensagens para ela ou quando esta pessoa não estava vendo nada no Facebook. Horrível, não? Pense como seria contigo no meu lugar!
     Mas parece que além de estarmos muito conectados e interagindo pouco, estamos também esquecendo do tempo! Como estão administrando o tempo de vocês? Estão ocupados a ponto de não ver mais o melhor da vida? De somente pensar no futuro e esquecer o presente?
     Hoje mesmo, mandei uma mensagem à alguém que considero muito, queria puxar papo, e a pessoa viu e me ignorou... era de manhã, então pensei que estivesse ocupada indo à algum lugar, talvez, mas então percebi que essa pessoa que considero muito simplesmente me ignorou. Sem tempo para nem um "Oi, bom dia"? É uma pena, pois só queria utilizar minha conectividade para alguém que não tenho muito como interagir como eu gostaria. É complicado.
     Enquanto uns estão plugados sem nenhuma interação, outros estão esquecendo de viver o presente.
     Gente: a Internet vai durar para sempre, mas suas relações cotidianas não! Vai esperar quem você gosta morrer pra pensar em que deveria largar um pouco o celular e bater um papo com ela? Ou vai esperar o tempo te parar para você ver a vida no hoje invés de só pensar no amanhã? Pense bem!
     Tudo nessa vida passa. Ou pelo menos você se acostuma. Mas vai ficar acomodado com essa falta de tempo e esse exagero de informação em tempo real? Vai se acomodar em não aproveitar a vida agora querendo garantir o seu depois sem a certeza que terá mais tarde tempo pra aproveitar? Vai se acomodar com a vida rápida e exagerada do mundo virtual e ignorar o que te torna humano?
     Pense bem.
     Há coisas que não voltam, inclusive o tempo. Passe menos tempo pensando no tempo ou perdendo seu tempo  e viva, simplesmente viva.
     Espero que você dê mais valor às pessoas, interagindo mais e se conectando menos.

23.8.15

Até quando vai só assumir derrotas?

Quem você é? Quem fala ou quem faz? Espero que sua resposta seja rápida e objetiva, sem desculpas ou justificativas.
De que adianta você falar tanto e só ficar nisso? Palavras são somente palavras! Atitudes são importantes. São suas atitudes que definem quem você é, não suas palavras. A menos que você somente fale, ai sua definição é bem ruim... Não adianta pensar que só em ficar em seu canto falando do que os outros estão a fazer irá resolver sua vida.
Não estou falando de fofoca, ou inveja, mas estou falando de tudo o que envolve ficar parado somente assistindo a vida passar. Pare de ver o filme da vida dos outros e faça o seu próprio filme! Pare de ficar somente no sonho e passe a agir pra fazer sua vida acontecer e realizar seus sonhos e desejos. Pare de deixar sua fé guardada e use-a! Lute suas lutas, pois ficar somente assistindo a luta dos outros não irá lhe dar nenhuma vitória. A cada vez que alguém declara que a vida é muito difícil e que os sonhos são impossíveis é o mesmo que assumir mais uma derrota.
Quando é que vai ter vitórias pra contar? Vou te dar uma dica: passe a lutar!

15.8.15

Vai valer a pena!

A vida é cheia de escolhas. Fato. Ninguém precisa ficar te lembrando disso para você saber. Mas o que muita gente esquece é da responsabilidade e gravidade de nossas escolhas, desde que seja abrir as janelas de casa todos os dias até investir à longo prazo em finanças. Cada ação que fazemos gera um reação em cadeia com a qual temos que lidar. Importante ter noção disso, mas esquecemos. Quantas vezes já lhe ocorreu a frase "ah, mas se arrependimento matasse"? Do que se arrependeu? Provavelmente de uma escolha no passado, feita sem pensar. Talvez uma ação realizada sem que você tivesse ciência total do que isso lhe traria daqui há dias, semanas, meses, ou até mesmo daqui há alguns anos. É realmente difícil pensar em TUDO quando temos que fazer escolhas, ainda mais com alto grau de importância e que envolva a sua vida em particular. No momento de escolhas esquecemos de pensar num todo, muitas das vezes, e deixamos a emoção, o desejo, a pressa, dentre outras coisas nos deixar levar. Muitas das vezes numa escolha é necessário perder demais, ceder demais, abrir mão de muita coisa, quebrarmos nós mesmos, olhar ao outro e adiante para que nossas  escolhas não nos tragam nenhum pingo de arrependimento. Às vezes dói, mas devemos pensar no que é melhor pra nós e a quem nos importar a curto e longo prazo. Porém, dependendo de como as escolhas são feitas e se desenvolvem, nada é perdido! Nem se perde tempo, nem pessoas, nem saúde física ou mental, não se perde o amor ou o respeito. Nada se perde! Mas para não perder nada com nossas escolhas, precisamos jamais perder a responsabilidade de fazê-las e, assim, não provar no arrependimento.